| | Notícias > | | Quarta-feira, 14 de agosto de 2002 13h53 Monitor é ponto fraco do Lince, PC de mesa que vem com Linux JOÃO DO ESPÍRITO SANTO B. NETO ODEMIR MARTINEZ BRUNO especial para a Folha
O microcomputador Semp Toshiba Lince com Conectiva Linux aposta na crescente popularidade do sistema operacional Linux em micros de mesa.
O Teste USP avaliou o equipamento e concluiu que os recursos do computador são típicos de equipamentos de baixo custo destinados ao uso doméstico. Apresenta processador Intel Celeron de 1,1 GHz, 128 Mbytes de memória RAM e disco rígido de 20 Gbytes. Vídeo e áudio são integrados à placa-mãe.
Tais características o tornam adequado a aplicações de escritório, uso doméstico e internet, mas o micro não apresenta performance suficiente para aplicações que exigem mais recursos, como aplicações gráficas, servidores, jogos sofisticados etc.
O micro possui placa de modem (off-board), mas não conta com placa de rede, que, atualmente, mesmo nas soluções de baixo custo, é um componente importante, necessário, por exemplo, para conexão de alta velocidade com a internet. Uma placa de rede tornaria o micro mais adequado também para o uso em escritório.
O Lince vem equipado de fábrica com o Conectiva Linux 7.0. Além dos diversos aplicativos que acompanham o pacote da Conectiva (editores de texto, editores gráficos, planilhas de cálculo, uma série de aplicativos para rede e acesso à internet, jogos e documentação on-line), está incluído também o pacote de escritório StarOffice 5.2, similar ao Office para Windows, da Microsoft.
A instalação do equipamento é fácil. Após ligar o computador pela primeira vez, o Linux iniciou normalmente em modo gráfico.
O ambiente gráfico padrão após o acesso ao sistema é o KDE. No desktop, o usuário encontrará uma série de ícones com os aplicativos mais utilizados, bem como aqueles que permitem a configuração do sistema, acesso à internet e utilização do StarOffice.
O acesso à internet é facilmente configurável e as instruções estão descritas no manual do usuário do Lince. O mesmo ocorre com o pacote StarOffice, que deve ser personalizado pelo usuário.
Monitor inadequado O Lince é comercializado com monitor de 15 polegadas, com resolução máxima de 1024x768 pontos. A concepção gráfica dos sistemas Unix/Linux (conhecida como X Windows) teve inspiração em estações de trabalho e computadores de alto desempenho, com grande capacidade de processamento gráfico.
Tais equipamentos trabalham com monitores de alta resolução e amplas áreas de exibição (17 polegadas ou mais). Uma resolução visualmente satisfatória para trabalhar em ambiente gráfico em máquinas Linux é de 1.024x768 pontos.
Mas tal resolução em um monitor de 15 polegadas não é confortável, pois as janelas, os ícones e, principalmente, os caracteres ficam muito reduzidos.
Em contrapartida, resoluções menores (800x600), que são satisfatórias no Windows, mostram-se muito restritas no Linux, especialmente para usuários acostumados com o sistema. O recomendável é que o micro venha com um monitor de 17 polegadas.
No teste, verificou-se uma limitação no número de cores do sistema de vídeo Trident Cyberblade i1. O fabricante não fornece um driver específico para esse modelo de vídeo. Assim, o driver empregado é o genérico do Linux para a família de vídeo Trident.
Para a resolução de 1.024x768, não foi possível configurar o sistema para exibir 24 bits de cores (cerca de 16 milhões de cores), mesmo havendo memória suficiente para tanto. O número máximo de cores para essa resolução foi de 16 bits ou 65.536 cores.
A configuração de hardware do equipamento permite classificá-lo como uma opção de baixo custo. No entanto o preço sugerido (R$ 1.999) está acima do esperado. Pronta para o uso, é uma máquina indicada para usuários domésticos e iniciantes em Linux.
A ausência da placa de rede limita a conectividade do equipamento. O conjunto seria mais atrativo se incluísse placa de rede e monitor de 17 polegadas.
João do Espírito Santo Batista Neto (jbatista@icmc.usp.br) é doutor em sistemas biomédicos pelo Imperial College, Universidade de Londres. É docente do ICMC-USP. Odemir Martinez Bruno (bruno@icmc.usp.br) é doutor em física computacional pela USP e docente do ICMC-USP.
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